Embora muito se fale sobre a inclusão das mulheres no esporte, nem sempre tivemos espaço nesse meio e ainda hoje enfrentamos dificuldades para termos a visibilidade necessária.
A desigualdade de gênero, infelizmente, ainda segue sendo pauta nos dias atuais.
Em época de Copa do Mundo, é inevitável pensar “por que as competições femininas não são tão valorizadas quanto as masculinas?” ou até mesmo “será que a melhor jogadora do mundo recebe o mesmo salário que o melhor jogador?”.
Mulheres no esporte ao longo da história
Antigamente (não tão longe, tá?), a maioria dos esportes eram considerados como “coisa de homem”. Esse conceito surgiu há muitos anos, na Grécia, onde acreditava-se que as mulheres ficariam com corpos masculinos pela prática de esportes.
Com isso, durante o período da Grécia Antiga foram iniciadas as Panatéias (primeiros jogos olímpicos) e nesses eventos, a presença da mulher era completamente proibida até como expectadora.
Na Idade Média, as mulheres podiam participavam das mesmas atividades esportivas que os homens, apenas se fossem esportes com bola.
No século XVII, a mulher foi privada novamente de qualquer esporte. A proibição durou até o século XIX, onde voltaram a ser realizados os jogos olímpicos.
Com a volta das Olimpíadas, a primeira competição olímpica permitida para mulheres foi em 1900. Nessa Olimpíada, participaram 22 mulheres e as únicas modalidades permitidas foram o golf, tênis, vela e criquet.
Ao longo dos anos, as mulheres foram derrubando todos os paradigmas e atropelando discriminações para que se fosse “normal” uma menina poder jogar futebol, por exemplo. Afinal, quantas meninas não foram proibidas de jogar bola na escola pelo simples fato de ser menina?
Inspirações ao longo dos anos
Kathrine Switzer é um dos nomes que quebraram tabus para poder praticar um esporte. Ela é uma ex-maratonista alemã que entrou para a história por ser a primeira mulher a participar da Maratona de Boston, em 1967, numa época em que apenas os homens podiam integrar quaisquer provas de rua no país.
Nadia Comaneci também é importantíssima para as atletas femininas. Com 14 anos, nas Olimpíadas de 1976 em Montreal, ela teve uma pontuação 10 (a primeira da história) nas barras assimétricas!
Aos 38 anos, a tenista Serena Williams é uma das maiores atletas do mundo, mesmo tendo encerrado sua carreira recentemente. Em seu currículo, são 23 títulos de Grand Slams, além de um ouro olímpico no simples.
Entre tantas, não podemos esquecer da nossa incrível, Marta Vieira da Silva! Ela teve uma longa e perfeita trajetória no futebol feminino. Além disso, é a única jogadora de futebol que conseguiu ganhar cinco vezes consecutivas o prêmio da FIFA de melhor jogadora do mundo.
Inclusão das mulheres no esporte
A luta pela inclusão e igualdade da mulher no esporte ainda não acabou. Mesmo com os avanços, temos muito que evoluir.
No dia a dia, as mulheres representam 40% menos do que os homens no esporte. Um exemplo que comprova isso é ver que, muitas categorias femininas de diversas modalidades foram criadas há pouco tempo. Fora que, salários, reconhecimento e até a popularidade das atletas femininas em comparação aos atletas masculinos ainda deixam a desejar.
Incentivo no Brasil
Em novembro de 2021, a Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres aprovou um projeto que estabelece o sistema integral de igualdade no esporte, garantindo equidade, participação, inclusão, acesso e representação das mulheres em todos os âmbitos e níveis da comunidade desportiva.
E em maio de 2022, a Onu Mulheres junto com o Comitê Olímpico do Brasil lançaram uma pesquisa sobre a “Igualdade e Inclusão da Mulher no Esporte: mapeamento das organizações esportivas nacionais e internacionais”.
Essa pesquisa apresenta dados recentes sobre a participação de mulheres em cargos de liderança nas principais federações internacionais e confederações olímpicas brasileiras, bem como um mapeamento das políticas e normativas que têm sido adotadas por essas organizações para fomentar a igualdade de gênero no esporte.
Mas, apenas o mapeamento para mudar algumas coisas não é o bastante.
A falta de incentivos morais e financeiros são os maiores adversários das mulheres no esporte. A escassez de patrocínio prejudica o desenvolvimento e a visibilidade das atletas. Enquanto alguns atletas masculinos recebem milhões de marcas e publicidades, temos atletas femininas que tiram do próprio bolso para bancar um treinador.
Grandes nomes de brasileiras no esporte
Temos muito orgulho de ter algumas das atletas mais excepcionais da história. Listamos algumas para vocês conferirem abaixo:
Marta
Marta Vieira da Silva, embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, é jogadora de futebol. Atualmente, joga pelo Orlando Pride, dos Estados Unidos. Já conquistou 5 vezes o prêmio de melhor jogadora do mundo.
Daiane dos Santos
Daiane dos Santos é uma ex-ginasta brasileira. Ela conquistou nove medalhas de ouro em campeonatos mundiais e foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial.
Rebeca Andrade
Rebeca Andrade é uma ginasta artística brasileira, campeã olímpica e mundial. Nos Jogos Olímpicos de 2020, tornou-se a primeira ginasta brasileira a ser campeã olímpica e a primeira atleta do Brasil a ganhar duas medalhas numa mesma edição das Olimpíadas
Rayssa Leal
Rayssa Leal, de 14 anos, é a nossa fadinha do skate! Ela é vice-campeã olímpica, medalhista de ouro nos X-Games e campeã mundial de 2022. Tem tudo para continuar brilhando no esporte.
Bia Haddad
Bia Haddad, é a nossa tenista profissional! Bia conseguiu em agosto deste a posição de 15º lugar no ranking da WTA, melhor colocação da história de uma brasileira na classificação na era Aberta, após ser vice-campeã do WTA de Toronto de 2022.
Apoie!
É mais do que importante apoiarmos nossas atletas brasileiras, procure saber mais um pouco da história de cada uma e torça por elas, elas merecem!
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